São muitos os legados do Nilton, como educador, como pessoa, como amigo. Dele me fica a imagem de um ser humano raro, desses seres cada vez mais raros na Universidade e na vida. Não apenas ensinou, testemunhou. Seu coração generoso baterá para sempre no coração de todos nós. E quando um dia nos reencontrarmos à beira de um rio, na planície imensa da eternidade, tomando chimarrão, rememoraremos o tempo passado entre as partidas, atualizaremos histórias, faremos resenhas, daremos grandes risadas, riremos da finitude.
(trecho de e-mail de José de Souza Martins, enviado em 27/07/2009)
Nilton
Vejo Nilton sorridente, amigo eternamente.
Prudente geralmente,
Perscrutador, sempre.
Comedido depois de longa reflexão,
Ousado, pensadas todas as alternativas, decidido.
Nas discussões, amável e insistente, incisivo quando a seu
ver cabia.
Ar bonachão, amando a muitos e a seu projeto de vida, dele
bem sabia.
Seu ver era tão distinto do meu, mas coincidente.
Ele nas entrevistas e na observação,
Eu nos números e estatísticas,
Projetos de educação e de país quase assemelhados.
A gente se unia na semelhança e na diferença.
Guardadas as distâncias
Tão esgarçadas ou nítidas,
Mais próximos pensando o amanhã?
Depois que você partiu, Nilton, nossas dúvidas ou disputas
são insolúveis,
Tal como nossas coincidências.
Não importa, hoje qualquer resposta inexiste.
Fica na memória sua imagem.
Do amigo combativo, compromissado com a educação.
Do personagem ativo, inventivo, buscando soluções.
Do educador inabalável, procurando um novo caminho.
De quem não se dobra à primeira ameaça, continua renitente,
à frente.
Uma modesta homenagem.
Êh, Nilton, não vá lá perturbar a ordem celestial.
Todos têm terra para cultivar e os analfabetos já estão em
cursos de alfabetização.
Não vá bulir com a nova ordem de lá de cima,
Tudo já está mais estabelecido que aqui embaixo.
Talvez, uns aperfeiçoamentos sejam possíveis, serão?
Tão-somente para satisfazer o seu – nosso – apetite de
reduzir desigualdades?
Não vá indagar do porquê das desigualdades, e propor
soluções como sempre fez,
Porque lá em cima a resposta talvez já esteja dada.
Ainda que não a entendamos, pois o cenário é tão diverso.
Não vá, novamente, propor estratégias de redução de
desigualdades.
Nem pense em revolucionar o céu (como eu pensaria).
Fica frio, fica com a gente, mortais.
Lembrança e memória de você, Nilton.
Saudade. Além dela, uma nota mais.
Quando lhe encontrar no novo espaço, se é que existe,
Fica sabendo do afeto e admiração, e da satisfação da
convivência.
O problema é nos contermos quanto a desejos de
transformações, lá ou aqui..
Mas isso é uma outra estória.
Poema de Jacques Velozo
Homenagem da amiga Jacqueline Moll. Texto sobre fotografia tirada em Toledo, Espanha. |
Janaína e Gustavo:
ResponderExcluiro trabalho de voces neste blog é espetacular.
Me emocionei demais quando vi o vídeo para cima galera.
Este blog vai ter a minha visita obrigatória.
Parabéns
ricardo wortmann